Blue Person, Christina Varga
Desafio de Escrita #3
Tema: Preconceito
Data: 30 de Novembro
300 Palavras
Manifesto da Pessoa Azul
Não
falarei muito, pelo menos nesta fase, do processo. Devo apenas dizer que foi
muito rápido e indolor. A consequência podem vê-la à vossa frente. Sou uma
pessoa azul. As declarações que faço são, portanto, enquanto pessoa que tem um
tom de pele diferente. Um tom de pele inusitado mas não impossível pois, como
podem ver, sou azul. Falo-vos para inquirir sobre os direitos que eu e outras
pessoas azuis deveríamos ter na sociedade actual.
Durante
este curto espaço de tempo em que tenho a tonalidade de pele azul, fui vítima
de muitas actividades insensíveis e por vezes quase terroristas pela parte das
pessoas de pele de cor normal. Para começar, aquando a finalização do processo
(que, devo lembrar, foi puramente acidental), pesquisei um pouco e descobri que
existem apenas zero virgula zero um por cento de pessoas azuis no nosso
planeta. A ocorrência é tão rara que a maioria das pessoas, as de pele de cor normal,
pensam ser impossível. Quando saí à rua a primeira vez, afastaram-se de mim.
Pensavam que eu era um mutante, que tinha vindo de Chernobyl, que tinha poderes
extra-sensoriais, que vinha de outro planeta… Mas isso é tudo injusto. Afinal,
a tonalidade de pele azul é um dado cientificamente provado e não tem qualquer
relação com ondas radioactivas ou qualquer outra ideia que as pessoas possam
ter.
Falo-vos
agora porque me parece injusto que as pessoas de pele de cor normal tenham direitos
acrescidos devido apenas ao seu tom de pele, que é normal. As pessoas de pele
de tonalidade azul deveriam ter quotas para garantir a sua empregabilidade, já
que ainda existe muito patente a ideia de que nós, os azuis, temos capacidades
intelectuais superiores, o que é de todo mentira. Somos apenas seres humanos
normais. Deveria haver um grupo que lutasse pelos direitos das pessoas de pele
de tonalidade azul. Para esclarecer a população em geral de que não somos
estranhos, nem que somos entidades superiores e, muito menos, entidades
destrutivas que tencionam tornar toda humanidade em pessoas azuis.
Só
gostava que pensassem a verdade: somos azuis, mas somos normais.
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